Monday, April 30, 2007


...O Que Tem De Ser Tem Muita Força...


Vejam, caríssimos, o que uma pobre rapariga sem um tostão é obrigada a fazer para ganhar algum: desde a bola de tennis pintada na cara em amarelo fluorescente, ao sapo sorridente na mão e no pulso, a apanha-bolas de meia-tijela, babysitter, jogadora de consolas e simuladores com mini-tenista de onze anos, a aturar velhos a meterem-se..etc...por aí fora...enfim!

A vida é dura para quem não faz nada. A única coisa que me alegra os dias são, claro, os tenistas pro, os meus companheiros de trabalho ( alguns bem bonitinhos), os cafés à borla e, por fim, os 'brindes' da sapo e acesso grátis à internet. Com esta me despeço, e


...cumprimentos do Estoril Open!



- RFM, Só Grandes Músicas

Sunday, April 29, 2007


"Land Of A Thousand Words"


Another constellation dies
Do what you want 'cause it's your own sky
Just call me when the phone stops ringing
Thanks for coming by
I'm just glad I'm on your good side
Where it's smoldering or freezing
It's never all that easy to decide
This is the land of a thousand words
But it seems so few are worth the breath to say
Except I'll be looking after my own world
And you just keep on saving the day
I'll try to stay but it's in vain when you're far
I'm on the run to wherever you are
And that's the nature of the chase
You fall so far behind you end in first place
Pass the torch this time we're running to each's own regret
There's no harm in playing hard to get
Boundlessness deceives me
Baby you may turn the corner yet
This is the land of a thousand words
But it seems so few are worth the breath to say
Except I'll be looking after my own world
And you just keep on saving the day
I'll try to stay but it's in vain when you're far
I'm on the run to wherever you are

I'm a gonna do everything I say
Tried to stay but time's running out
But now I'm on my way




-Scissor Sisters

Thursday, April 26, 2007

Ja escolhi.
Após uma noite intensiva de visionamento, sai vencedor , depois duma uma luta feroz com John Cleese e Eric Idle, o nosso caríssimo Michael Palin.


-Standing In The Way Of Control, The Gossip

Monday, April 23, 2007


Aqui vou eu para a Costa, aqui vou eu cheio de pica, de Lisboa vou fugir, vou para o sol da Caparica...
A minha tarde de ontem, passada na praia da Cabana do Pescador, na Costa da Caparica e na companhia do costume, fez-me evocar uma crónica do grande MEC, intitulada
«O Factor SPAC»
A amizade, entre um homem e uma mulher é (o leitor que escolha) um bico de obra; uma coisa muito linda; ainda mais complicado que o amor; absolutamente impossível; amizade da parte da mulher e amizade da parte do homem; só possível se a mulher for forte e feia; impossível se o homem for minimamente atraente; receita certa para a desgraça; prelúdio certo para o romance; indescritível; inenarrável; o que deus quiser ; o diabo.
O leitor que não tenha escolhido todas as hipóteses não percebe nada disto.
Quanto á leitora, o mais provável é ter ficado a pensar «só», já que as mulheres portuguesas, por dura experiência, percebem mais certas coisas que os homens.
Em Portugal, a amizade entre pessoas de sexos opostos (ou sexualidades opostas) é sempre muito problemática, dada a chamada «cultura vigente». Esta cultura é denominada pelo conhecido Factor SPAC. Este (que significa, em repreensível português, «Salto para a Cueca» está sempre presente.
E ela interroga-se: «Se calhar este também me quer saltar para a Cueca?» E se calhar quer. Se isto é ou não um crime, é o que se vai ver.
O homem português tende a distinguir mais claramente entre Amigos e Amigas. Os amigos são para copos e conversas escandalosas de bola e de «boas». E são também, nos casos extremos, para Sempre.
As amigas são para as chávenas de chá e conversas profundas sobre a natureza do Inverno, ou dos signos do Zodíaco. Isto sem falar nos típicos carameis para quem as «amigas» são todas as pessoas do sexo oposto com número de telefone, olhos bonitos e uma possibilidade mínima de 1% na tabela SPAC.
Uma das maneiras tradicionais de atenuar o factor SPAC é S mesmo PAC.
«Pronto, agora que já estamos despachados neste departamento, - diz a mulher para o homem, atirando-lhe o maço de cigarros [está bem, pronto, de SGPack], - vamos lá a ver se ficamos amigos».
Tal como o homem pensa «Que chatice! Isto nunca mais passa da amizade para o que interessa!», a mulher pergunta «Será que ele é mesmo meu amigo ou estará só a fazer-se ao piso?» está a cometer o mesmo erro. É como perguntar acerca de um pastel de nata se é mesmo feito de farinha ou só de nata. Portugal não é só Lisboa, mas Lisboa também é Portugal (e não é pouco).
(…) então os homens só podiam ter amigas muito feias (o que é limitativo) e as mulheres só podiam ter amigos muito desinteressados (o que seria muito desinteressante). A própria ideia de uma amizade «inocente» põe a hipótese de uma amizade «culpada». Ora ninguém pode ter culpa de ser amigo de outra pessoa. A verdade é outra.
Como as mulheres são diferentes dos homens (por exemplo, os segundos sentem-se mais obrigados a tentar SPAC das primeiras do que as primeiras PAC dos segundos), é natural que essa diferença se fala sentir nas relações de amizade. Quando não existe a mínima atracção de parte a parte, tudo bem. Mas quando existe, também não é mau. Aliás, se houver uma gestão elegante dos vários frissons envolvidos, pode até ser melhor.
Por outro lado, as mulheres, regra geral, tornam-se amigas dos homens pondo a raridade e o valor da amizade acima da maior vulgaridade do SPAC.
Tanto mais que o homem português não põe facilmente a hipótese de uma mulher se tornar amiga dele para lhe SPAC. O raciocínio típico Homo Lusitanus é simples: «Oh se ela me quisesse SPAC escusava de estar com tanto trabalho!» Em Portugal é assim. O homem acha que, no que toca a SPAC, é ele quem tem de trabalhar.
A verdade é que o amigo talvez gostasse de lhe SPAC, não lhe cairia mal, não senhor, mas pronto, se não puder ser ninguém morre por causa disso, ficamos amigos á mesma.
Resumindo: para as mulheres, como amigas de homens, é «amizade, amizade, amores à parte», enquanto para os homens é mais «amizade, amizade, e uns amores à parte, se puder ser, se faz favor, senão também não faz mal.»
Na verdade, a amizade e o factor SPAC não são mutuamente exclusivos. Pode ser-se muítissimo amigo de alguém que se deseje muito, pouco, muito pouco ou nada.
O factor SPAC tem o mesmo peso na amizade que o MAX Factor no amor. Nem mais.
Miguel Esteves Cardoso, in “os meus problemas” adaptado.
- All These Things That I've Done, The Killers

Saturday, April 21, 2007

Poema do facto de se encontrar sempre alguém conhecido nas Amoreiras
Compro vegetais em anonimato,
Arrasto-os num labirinto sem fim!
As sombras espreitam ao longe:
Preparo-me para um sorriso ruim.

Poema do bêbado do jardim da Estrela, às 17 horas
O banco está limpo, vou-me deitar
Antes que o tempo passe...
Depois vem o impasse
De nova garrafa ter de ir comprar.

(...)in 'guerre-et-paix.blogspot.com'


-It's Good To Be In Love, Frou Frou

Largeman: I think we've corrupted this innocent girl enough for one day!

Sam: I'm not innocent.

Largeman: Yes, you are! That's what I like about you, okay? And I don't want this guy taking you to some sketchy quarry in the middle of Newark to find crack whores huffing turpentine or pit bulls raping each other or whatever else is down here!

Mark: Man... that's the most worked up I've ever seen you.

Sam: He's protecting me.

Largeman: So?

Sam: He *likes* me!

Largeman: Don't be cute.

Sam: He's my knight in shining armor.

Largeman: Don't talk about knights around Mark, it's a sore subject.

Mark: I'm gonna kill that motherfucker!

Largeman: Pun intended?

- Closer, Joshua Radin



- Come Back, Josh Rouse

Thursday, April 19, 2007


SEGREDO
Não contes do meu
vestido
que tiro pela cabeça
nem que corro os
cortinados
para uma sombra mais espessa
Deixa que feche
o anel
em redor do teu pescoço
com as minhas longas
pernas
e a sombra do meu poço
Não contes do meu
novelo
nem da roca de fiar
nem o que faço
com eles
a fim de te ouvir gritar.
Maria Teresa Horta (n. 1937)
.
.
.
-Fidelity, Regina Spektor

Tuesday, April 17, 2007


The pilgrim is looking for a hidden place

When he's hungry and thirsty

When he longs to wash dust from his legs

He wanders to mountains' foot

Day and night the sky is his vault

The pilgrim is looking for the words

When he's seeing the beauty

That surrounded him


The pilgrim is looking for

The answer to questions

That don't let him sleep

Until he closes his eyes

And falls asleep


The pilgrim is looking for understandin'

Coming through experience

He rises abot the cliff and watches Sundown in the sea

The pilgrim is looking for

The answer to questions

That don't let him sleep until he closes his eyes and falls asleep

That don't let him sleep

His soul will set out on a way home


-Pilgrim, Endless

Vou reabrir este blog em honra duns quantos peregrinos cansados que regressam a Lisboa - uma história que merece ser contada.

Começa-se com uma conversa num café e uma tantas pesquisas na internet, e acaba-se estafado, escaldado e sequioso num jardim público de Santiago de Compostela, a arejar os pés e a brincar com margaridas entre amigos.

São 125km a pé, desde o porto de Ferrol, perto de A Coruña, passando por Neda, Miño, Betanzos, Bruma, Sigueiro e muitas outras vilazinhas galegas até chegar a Santiago. Não sendo a religião o principal motivador, começa-se o primeiro dia cheio de força, mas sem grande ideia das surpresas do caminho. Em Neda vimos a nossa primeira de muitas setinhas amarelas, o ponto de referência que indica o caminho a tomar. 20 e poucos quilómetros até Miño e já sabemos todos hablar gallego - é simples, substituem-se os 's' por 'x' e fala-se com 'acento' de corneta espanhola. 'Mira, mira!', para chamar a atenção; 'Cuantos qui-lho-metros hasta Santiago' e 'Cuatro cañas, por favor!'.

Como gasolina os famosos e bem grandes 'bocadillos' de jamon serrano e a agradável cerveja Estrella Galicia a cada paragem, e, claro, muita palhaçada na companhia de três amigos muito diferentes e muito especiais. Há o que canta logo ao alvorar, um Paulo Gonzo para animar as tropas, e que continua alegremente em canto até ao último nervo. Há o guardador de mapas, orientador do grupo com um sentido de humor muito próprio e uma certa insistência em alongamentos e 'stretchingzinhos'. Há a amiga que tem sempre razão, que sabe a cura para todas as mezinhas, as fases da lua, o vôo das aves migratórias e a colheita de papaias na Irlanda do Norte, e além de tudo isso é cúmplice nas piadas e atenta aos cansaços. Enfim, quando estas condições estão reunidas, só falta mesmo por-nos a andar.

Posso falar do dia dos 40km, em que nos enganámos e fizemos duas etapas numa só, em que já nos arrastávamos com bolhas nos pés e tinhamos vontade de gritar cada ver que aparecia mais uma seta.

Ou do dia em que a estrada nunca-mais-acabava-sempre-em-frente-sem-virar-à-chapa-do-sol, em que ao ver o primeiro café as meninas desataram num ataque de histeria de risos misturados com choro de alívio- até se perceber que não havia sitio para dormir. Um simpático 'caballero' ofereceu-se para nos levar a um hostal a 6km; Paulo já tinha sido seminarista e não se interessou pelas nossas promessas de rezar por ele em Santiago.

É o espírito de ayudar los pelegrinos que mais me comoveu, toda a santa velhinha, criança e vaca sabe o caminho caso as setas não aparecam, desejam 'buen viaje' e sorriem..'ah..já soy veijo, já no puedo ir..'

Além de toda a beleza da paisagem, a simpatia dos 'autóctones', dos amigos, o orgulho ao fim de cada dia ao ver cada etapa ultrapassada, a aventura - há mais, há um certo teor espiritual (não-religioso), uma parte de nós que se enche, de suor e cansaço; raro e necessário.

Depois, por mais estranho que pareça, a chegada a Santiago quase que desaponta, porque chega-se à conclusão que o importante não é o fim da jornada,o objectivo, mas o caminho em si - e já se sentem as saudades e, mesmo depois de 120km, a pessoa sente-se restabelecida e cheia de vontade de continuar, até à costa, até ao mar, ao infinito e mais além!
-Hide and Seek, Imogen Heap